Lisboa pede alteração do regime jurídico do alojamento local para defesa da habitação

Lisboa pede alteração do regime jurídico do alojamento local para defesa da habitação

Foram aprovadas duas moções neste sentido na quarta-feira, uma do PCP e outra do BE e do Livre. O objetivo é que os municípios possam ter «meios regulamentares para reduzir o número de registos existentes».

A Câmara Municipal de Lisboa instou o Governo a alterar o regime jurídico do alojamento local para a defesa do direito à habitação, sugerindo a caducidade de registos em áreas de contenção.

De acordo com a informação dada à Lusa pelo município, foram aprovadas duas moções neste sentido na quarta-feira, uma do PCP e outra do BE e do Livre, com os votos contra do PSD/CDS-PP e com votos a favor da restante bancada.

O PCP propôs a solicitação ao Governo e à Assembleia da República a aprovação de um regime excecional que permita aos municípios em carência habitacional fundamentalmente declarada «regulamentar sobre a caducidade de registos de alojamento local em áreas de contenção previamente aprovadas, assim como a limitação do número de registos por indivíduo ou pessoa coletiva». O objetivo é que os municípios possam ter «meios regulamentares para reduzir o número de registos existentes» de AL.

Já a proposta subscrita pelo BE e pelo Livre pede ao Governo que, nos concelhos onde foi declarada carência habitacional, reverta a revogação das limitações ao AL que estavam em vigor.

Outras propostas pedem a definição de um prazo de vigência de 5 anos para as licenças de AL para impedir a renovação automática das licenças e «definir o número máximo de três licenças de AL por titular, tendo os municípios a prerrogativa de determinar um número inferior», cita o Observador.

O BE e o Livre sugerem também que as frações que se localizem em zonas cuja classificação seja alterada para contenção relativa ou contenção absoluta passem a poder operar «apenas até 90 dias por ano».

São ainda propostas sanções acessórias ao incumprimento de normas legais, «a possibilidade de cancelamento imediato da licença e a interdição à submissão de novo pedido de licença durante o período de vigência da licença cancelada», bem como a possibilidade de cancelamento de todas as licenças válidas do titular.

Esta moção pela alteração do regime jurídico do AL para a defesa do direito à habitação em Lisboa propõe também ao Governo que incremente os recursos disponíveis para «uma célere e eficaz comunicação entre Autoridade Tributária e Aduaneira e outras entidades estatais, e os municípios», relativa à atividade de exploração nas plataformas ‘online’ de AL com ou sem licença válida «para assegurar uma eficiente fiscalização e cobrança de taxas e impostos».

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