Mercado de escritórios fecha 2023 com quebra em Lisboa e Porto

Mercado de escritórios fecha 2023 com quebra em Lisboa e Porto

O mercado de escritórios fechou 2023 com uma quebra de 59% em Lisboa e de 14% no Porto, face a 2022.

O mercado de escritórios nacional fechou 2023 em quebra, tanto em Lisboa como no Porto. Segundo os dados da Savills, o volume de absorção foi de 112.474 metros quadrados na capital, o que equivale a um decréscimo de 59% face ao ano de 2022. Esta descida encontra-se em linha com o que foi observado noutros mercados europeus de escritórios.

Este resultado é fortemente impactado pela estreita comparação com os números históricos e inflacionados de 2022, um ano onde foram registadas operações de grande dimensão em regime de pré-arrendamento. O ano de 2023 encerrou com 152 operações realizadas, com uma área média de 740 metros quadrados.

Quanto ao mercado de escritórios do Porto registou, no final de 2023, um volume de absorção total de 50.048 metros quadrados, que se traduz numa descida de 14% face a 2022. Ainda assim, a cidade Invicta manteve um nível de atividade resiliente, contabilizando 64 operações, 12 das quais com áreas acima dos 1.000 metros quadrados, calcula a consultora.

Comportamento do mercado de escritórios de Lisboa

Em Lisboa, a taxa de disponibilidade no mercado de escritórios fixou-se nos 9,33%, número que reflete uma subida tendo em conta os 8,25% observados no final de 2022, um crescimento decorrente da tendência flight to quality, com as empresas a procurarem melhores localizações e edifícios que apresentem determinados critérios de ESG & Sustentabilidade. Já a prime rent encerrou o ano nos 28 euros/m²/mês, o que representa uma subida de 8% face a 2022.

A Nova Zona de Escritórios (Zona 3), o Parque das Nações (Zona 5) e o Corredor Oeste (Zona 6) foram responsáveis por mais de 60% do volume de absorção total.

De acordo com a Savills, à exceção da Zona CBD (Zona 2), que manteve estável o seu volume de absorção relativamente ao ano 2022, todas as outras zonas de mercado observaram decréscimos de atividade com a Zona histórica & Ribeirinha (Zona 4) e a Zona Prime CBD a registarem as quebras mais acentuadas.

As dez maiores operações de 2023 contribuíram para 31% do volume de absorção total do mercado, com os setores de TMT´s & Utilities e Farmacêuticas & Saúde a liderarem a tabela do top de maiores operações. Para os próximos dois anos, o pipeline na capital conta com um total de 280.000 metros quadrados.

“O ano de 2023 foi um ano marcado pelo dinamismo do segmento de escritórios que, mesmo em clima de incerteza, permaneceu atrativo, inclusive com subida da prime rent. Para 2024, prevê-se já uma estabilização dos indicadores económicos, o que se traduzirá numa maior dinâmica em termos de investimento. Por outro lado, espera-se que Lisboa receba, nos próximos dois anos, um pipeline de cerca 280.000 m2, um número que confirma o enorme potencial da capital portuguesa para este segmento”, diz Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills.

Comportamento do mercado de escritórios do Porto

A zona CBD Boavista contribuiu com um volume de absorção total de 15.774 metros quadrados, um valor que reflete uma subida muito expressiva de 56% face ao ano 2022. Já as zonas CBD Baixa e Out of Town verificaram os volumes de absorção mais baixos, com descidas homólogas de 45%.

À semelhança do que se verifica em Lisboa, no Porto foi também o setor das TMT´s & Utilities que figurou no primeiro lugar da tabela em termos de volume de absorção, representando 30% do total.

Por sua vez, a prime rent manteve-se estável nos 18 euros/m²/mês mas regista já uma trajetória ascendente em 2024. A renda média observou uma subida de 4%, situando-se, no final de 2023, nos 16,46 euros (Zona CBD Boavista).

Para os próximos dois anos, a Invicta contará com um pipeline bastante expressivo ligeiramente superior a 90.000 metros quadrados, cujos principais projetos serão o Matadouro, o VIVA Offices e o Mutual.

“O mercado de escritórios do Porto continua estável relativamente à ocupação de escritórios, ainda que se tenha verificado a redução de 8.000 m², 14% em relação aos números do ano passado. Uma redução justificada pelo desequilíbrio visível entre a procura e a oferta. Para 2024 os novos projetos em pipeline, pautados pelo seu elevado grau de exigência (certificação, conforto, sustentabilidade) e pela sua dimensão e localização, irão seguramente reunir uma forte atratividade”, sublinha Graça Ribeiro Cunha, Offices Associate da Savills Porto.

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