Ocupação de escritórios e logística anima mercado no 1º semestre

Ocupação de escritórios e logística anima mercado no 1º semestre

A JLL divulgou os resultados do “Market Dynamics”, notando a dinâmica dos mercados ocupacionais.

O crescimento da procura de espaços de escritórios e de logística pelas empresas foi o principal motor do mercado imobiliário na primeira metade do ano, mostra o mais recente estudo da JLL, o Market Dynamics.

Em Lisboa, a ocupação de escritórios soma 128.300 metros quadrados, superando já a atividade de todo o ano passado, enquanto no Porto, o mercado, com 28.400 metros quadrados de take-up, acumula um crescimento de 13%. Na logística, o semestre totaliza 415.600 metros quadrados de área ocupada, mais 35% do que no período homólogo.

Retalho regista “desempenho robusto”

Quanto aos restantes segmentos analisados, o estudo revela que o retalho regista um desempenho robusto quer nos centros comerciais quer no comércio de rua, em linha com o ano passado e dando continuidade ao interesse dos retalhistas internacionais por Portugal.

O mercado residencial exibe uma atividade consistente, superando até as expetativas iniciais depois de um ano em que as vendas reduziram quase 20%. A habitação sustenta preços e rendas em trajetória ascendente, dado manter-se fortemente impactada pelo desequilíbrio entre oferta e a procura.

No semestre em análise, o Porto mostrou melhor desempenho que Lisboa neste segmento, com um aumento no volume de vendas. No que concerne a dinâmica de investimento em imobiliário comercial, o semestre soma 675 milhões de euros em transações. Este montante representa uma queda de 18% face ao semestre homólogo, mas é de assinalar a recuperação da atividade no 2º trimestre, período que gerou 59% do volume de investimento semestral.

Carlos Cardoso, CEO da JLL, comenta que «as expetativas iniciais para 2024, e depois os indicadores do 1º trimestre, apontavam para um semestre de estabilização geral da atividade. Contudo, os mercados ocupacionais de escritórios e logística surpreenderam pela positiva e estão com bons níveis de crescimento, e a habitação e o investimento dão sinais de aceleração no 2º trimestre. O desempenho deste período mais recente não foi suficiente para compensar o abrandamento do 1º trimestre, mas a trajetória de evolução destes segmentos é muito animadora»

O desempenho da economia, a inversão nas políticas de alteração dos juros e o controlo da inflação, bem como a estabilização da conjuntura política são alguns fatores a contribuírem para desempenho do mercado imobiliário nesta primeira metade do ano.

«A conjuntura macroeconómica explica, em boa parte, a reativação dos mercados de escritórios e logística, bem como a sustentação da atividade na habitação e do retalho. a melhoria das condições económicas teve um impacto positivo sobre a capacidade financeira das empresas e o rendimento das famílias, bem como da confiança de qualquer uma destas forças de procura. Além disso, o desempenho geral do mercado também foi influenciado pela menor incerteza política, com a posse de um novo Governo. Esse impacto foi mais óbvio no 2º trimestre e sentiu-se especialmente no setor do investimento, que é bastante avesso à instabilidade e incerteza», refere Carlos Cardoso.

De acordo com o estudo da JLL, apesar das melhorias já vistas no 1º semestre, o impacto acumulado da envolvente macroeconómica, principalmente com a nova política de descida de juros, deverá produzir efeitos mais robustos no mercado imobiliário sobretudo a partir de agora.

«O nosso imobiliário é de qualidade, temos fontes de procura diversificada e sólida, e somos atualmente um destino de investimento consolidado. Este conjunto de caraterísticas temnos permitido resistir a conjunturas económicas e políticas mais desafiantes, sem grandes ajustes de valor», diz o responsável pela consultora.

Contudo, «uma das principais razões para que a valorização do nosso mercado se mantenha em alta, mesmo em situações de arrefecimento económico, é a falta estrutural de oferta que continuamos a ter. Isso é especialmente visível na habitação, mas é uma realidade igualmente marcante nos escritórios e na logística. É preciso reforçar o investimento em promoção e na requalificação do parque imobiliário que temos, para dar resposta à procura, que não só é volumosa, como é mais qualificada e exigente», infere o CEO da JLL.

262.700 m² de escritórios novos em construção em Lisboa

Para já, o Market Dynamics da JLL identifica 262.700 m² de escritórios novos em construção em Lisboa e outros 112.100 m² no Porto, enquanto no setor de industrial e logística se encontram em construção 450.000 m² . O relatório identifica também como uma das tendências marcantes para a segunda metade do ano, a crescente necessidade de modernização do edificado existente, adequando-o aos novos requisitos de sustentabilidade.

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